Kátila fez uma sugestão para a radionovela: “gostaria que falassem também do preconceito contra deficientes vissuais assim como falam do VIH/ Sida”.
O pedido ficou arquivado. Dois anos depois, agora em 2010, a ESSO Angola, um dos nossos patrocinadores do Bloco 15, sugeriu uma série de temas para serem abordados no mês de Junho, em alusão ao mês da criança. Um deles foi sobre a educação para crianças com necessidades especiais.
Logo que o programa foi ao ar, no dia 14 de Junho 2010, Kátila reapareceu por meio de um SMS para a equipa de Camatondo: “estou bem porque ouvi mais uma edição da radionovela e fiquei muito feliz por terem convidado o Luciano Lucas, que faz parte do Ministério da Educação, e que vai abordar temas sobre as deficiências visual, auditiva e mental ou intelectual. Espero que, ao falarem das três deficiências, abordem com maior destaque a vida de pessoas cegas, porque já existe em Angola deficientes visuais formados. Beijos para a família Camatondo porque com vocês aprendi a conjugar o verbo “Camatondar”!”
A guionista de Camatondo, Inês José, ligou para Kátila para saber das suas lutas e vitórias, da sua vida, do que ela conquistou e como o conquistou. Será que ela também sofreu preconceito? “Há sempre preconceito” - diz Kátila. “As pessoas disfarçam mas o preconceito existe. As pessoas acham que o deficiente visual não pode fazer isso ou aquilo,... quando se tem falta de informação, nos tornamos ignorantes”
Kátila foi convidada para participar de Camatondo e prometeu aparecer um dia para nos contar como é que uma pessoa que não vê conseguiu se formar no ensino superior, onde os professores não são treinados para ensinar os cegos? Como ela escrevia? Como ela estudava? Como ela se preparou para defender sua tese? Como é que ela conseguiu o emprego de professora?
Teremos isso tudo um dia dia em Camatondo! É só esperarmos pela Kátila e não perder a radionovela.
![]() |
| Actores gravam Camatondo |

Sem comentários:
Enviar um comentário