Camatondo desperta alunos e professores e se torna assunto de pesquisa nas escolas.
Quatro alunos do Instituto Médio de economia de Luanda decidiram, no seu trabalho de fim de curso, abordar o tema: a radionovela em Angola e o seu impacto na sociedade angolana.
É a terceira vez que Camatondo serve como tema de defesa para final de curso. Em 2009, Silvia Alessi, aluna da Università degli Studi di Firenze Facoltà di Scienze Politiche “Cesare Alfieri”, na sua Tesi di Laurea de fim de curso intitulada: Storia ed Istituzioni dell'Africa, dedica um capítulo à radionovela Camatondo,(o capítulo VII) caracterizando-a como “um exemplo de progresso.”
http://mobileafricarevisited.files.wordpress.com/
A segunda pesquisa sobre Camatondo foi de uma aluna do Instituto Superior de Comunicação Social, aqui em Angola. E novamente, a radionovela é tese para alunos do Instituto Médio de Economia de Luanda, (IMEL), do curso de Jornalismo. A estudante Tânia Caso explicou:
"Procuramos muitas pessoas para fazer o nosso trabalho. Quando dissemos que queríamos falar sobre radionovela em Angola, a maior parte das pessoas nos indicava sempre a mesma coisa: Camatondo. "
Camatondo está a se tornar uma referência obrigatória para os angolanos.
Os 4 alunos, além do trabalho de fim de curso, também dizem que gostam do programa. Dois deles dizem que já escutaram algumas vezes, e outros dois dizem que passaram a escutar por causa do trabalho e aconselham: Continuem!
Acompanhe algumas entrevistas que eles deram:
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Camatondo discute temas de Luanda
No passado, Camatondo tinha mais ouvintes nas províncias, e principalmente no meio rural. Hoje, o número de ouvintes da radionovela nas cidades hoje já é muito grande.
É por causa da nossa audiência diversificada que passamos a incluir na radionovela temas relacionados aos problemas das grandes cidades como Luanda.
No mês de outubro, por exemplo, falou-se sobre a lavagem de viaturas nas vias públicas e sobre as construções em locais de risco, com as consequentes demolições, tendo em conta o período das chuvas que estás às portas.
Muita gente não entende porque que são aplicadas multas a quem lava o seu carro na rua ou a quem, depois de esperar tanto tempo pela casa própria, quando começa por fim a construir, vem a fiscalização e parte a obra.
Por isso, para melhor abordar o assunto, convidamos para o nosso programa um representante dos Serviços de Fiscalização de Luanda já que estes respondem pelos dois assuntos: lavagem de carros nas vias públicas e construções anárquicas.
Foi enviado o Sr. Keras de Sousa que também é ouvinte assíduo do Camatondo. A sua visita serviu também para ele conhecer os actores do programa que ele tanto adora.
O tema abordado interessou tanto os actores que, durante a gravação, começaram a fazer perguntas espontâneas que não estavam no guião.
E como diz o ditado: "educação começa em casa”. No fim das gravações, os actores estavam cheios de perguntas. A Solange, (Chica), até aproveitou a oportunidade para copiar uma norma para solicitação de licença de construção!
Os episódios com os temas já foram ao ar e um dia desses, a produção do Camatondo recebe uma chamada telefónica. Era o Sr. Keras que dizia: “desde o dia que o programa foi ao ar, o meu telefone não pára de tocar. Recebi dezenas e dezenas de telefonemas. As pessoas me pedem para que o programa seja repetido. Eles dizem que as outras rádios não abordam os temas de maneira tão explicativa como a radionovela Camatondo faz. Por isso, pedem que repitam o programa durante uma semana, para dar mais uma oportunidade àqueles que não o ouviram para que possam também aprender. Eu lhes digo que isso não depende de mim, pois fui lá apenas como convidado. Puxa, afinal esse programa tem muita audiência! ”
Tem razão o sr. Keras! A produção de Camatondo recebe até telefonemas de outras províncias como o Huambo, de ouvintes que davam sugestão de mais outros temas que devíamos abordar!
É por causa da nossa audiência diversificada que passamos a incluir na radionovela temas relacionados aos problemas das grandes cidades como Luanda.
No mês de outubro, por exemplo, falou-se sobre a lavagem de viaturas nas vias públicas e sobre as construções em locais de risco, com as consequentes demolições, tendo em conta o período das chuvas que estás às portas.
Muita gente não entende porque que são aplicadas multas a quem lava o seu carro na rua ou a quem, depois de esperar tanto tempo pela casa própria, quando começa por fim a construir, vem a fiscalização e parte a obra.
Por isso, para melhor abordar o assunto, convidamos para o nosso programa um representante dos Serviços de Fiscalização de Luanda já que estes respondem pelos dois assuntos: lavagem de carros nas vias públicas e construções anárquicas.
Foi enviado o Sr. Keras de Sousa que também é ouvinte assíduo do Camatondo. A sua visita serviu também para ele conhecer os actores do programa que ele tanto adora.
O tema abordado interessou tanto os actores que, durante a gravação, começaram a fazer perguntas espontâneas que não estavam no guião.
E como diz o ditado: "educação começa em casa”. No fim das gravações, os actores estavam cheios de perguntas. A Solange, (Chica), até aproveitou a oportunidade para copiar uma norma para solicitação de licença de construção!
Os episódios com os temas já foram ao ar e um dia desses, a produção do Camatondo recebe uma chamada telefónica. Era o Sr. Keras que dizia: “desde o dia que o programa foi ao ar, o meu telefone não pára de tocar. Recebi dezenas e dezenas de telefonemas. As pessoas me pedem para que o programa seja repetido. Eles dizem que as outras rádios não abordam os temas de maneira tão explicativa como a radionovela Camatondo faz. Por isso, pedem que repitam o programa durante uma semana, para dar mais uma oportunidade àqueles que não o ouviram para que possam também aprender. Eu lhes digo que isso não depende de mim, pois fui lá apenas como convidado. Puxa, afinal esse programa tem muita audiência! ”
Tem razão o sr. Keras! A produção de Camatondo recebe até telefonemas de outras províncias como o Huambo, de ouvintes que davam sugestão de mais outros temas que devíamos abordar!
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Radionovela Camatondo acompanha ouvintes à Namíbia
No dia 25 de Setembro, um dos grupos de teatro de Luanda visitou a Província do Namibe.
Alguns actores deste grupo também fazem parte do elenco de Camatondo. Quando o público se apercebeu disso, foi o caos!!! Ficou toda gente atrás dos actores, pensando que todos eles eram da radionovela.
No mercado do peixe, onde os actores foram fazer compras, a maior parte das vendedoras só queriam falar com a Solange (Chica), todas dizendo que eram a fã Nº 1.
António Golombol (Armando) foi convidado para almoçar em casa de uma senhora que gosta muito de Camatondo. Por coincidência, esta senhora vive com uma sobrinha que também veio da Zâmbia. Assim, ela aproveitou mandar algumas sugestões para Elisa.
Algumas pessoas, por saberem que naquele grupo de teatro havia actores que também faziam parte da radionovela , começaram a confundir o grupo com Camatondo. Houve até quem faltasse ao serviço só para ver o pessoal, como o senhor Matias Caputo. Ele é polícia e quando se a percebeu que estava na sua província um grupo de teatro com integrantes de Camatondo, faltou ao serviço, para puder ver de perto aqueles que ele só tem escutado na rádio.
Matias Caputo disse escuta sempre a radionovela e que já ouviu o programa até mesmo a partir da Namíbia, onde estava em gozo de férias.
Veja a carta que o ouvinte Matias Caputo nos enviou:
Alguns actores deste grupo também fazem parte do elenco de Camatondo. Quando o público se apercebeu disso, foi o caos!!! Ficou toda gente atrás dos actores, pensando que todos eles eram da radionovela.
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| Chica fez sucesso no mercado |
António Golombol (Armando) foi convidado para almoçar em casa de uma senhora que gosta muito de Camatondo. Por coincidência, esta senhora vive com uma sobrinha que também veio da Zâmbia. Assim, ela aproveitou mandar algumas sugestões para Elisa.
Algumas pessoas, por saberem que naquele grupo de teatro havia actores que também faziam parte da radionovela , começaram a confundir o grupo com Camatondo. Houve até quem faltasse ao serviço só para ver o pessoal, como o senhor Matias Caputo. Ele é polícia e quando se a percebeu que estava na sua província um grupo de teatro com integrantes de Camatondo, faltou ao serviço, para puder ver de perto aqueles que ele só tem escutado na rádio.
Matias Caputo disse escuta sempre a radionovela e que já ouviu o programa até mesmo a partir da Namíbia, onde estava em gozo de férias.
Veja a carta que o ouvinte Matias Caputo nos enviou:
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| Carta do ouvinte Matias Maputo |
segunda-feira, 26 de julho de 2010
O maior cego é aquele que não quer ver
Em 2008, conhecemos uma ouvinte fiel de Camatondo: Kátila Horando, de 31 anos, é deficiente visual e vive em Benguela. Kátila, que se formou em psicologia, ouve Camatondo desde o primeiro episódio.
Kátila fez uma sugestão para a radionovela: “gostaria que falassem também do preconceito contra deficientes vissuais assim como falam do VIH/ Sida”.
O pedido ficou arquivado. Dois anos depois, agora em 2010, a ESSO Angola, um dos nossos patrocinadores do Bloco 15, sugeriu uma série de temas para serem abordados no mês de Junho, em alusão ao mês da criança. Um deles foi sobre a educação para crianças com necessidades especiais.
Logo que o programa foi ao ar, no dia 14 de Junho 2010, Kátila reapareceu por meio de um SMS para a equipa de Camatondo: “estou bem porque ouvi mais uma edição da radionovela e fiquei muito feliz por terem convidado o Luciano Lucas, que faz parte do Ministério da Educação, e que vai abordar temas sobre as deficiências visual, auditiva e mental ou intelectual. Espero que, ao falarem das três deficiências, abordem com maior destaque a vida de pessoas cegas, porque já existe em Angola deficientes visuais formados. Beijos para a família Camatondo porque com vocês aprendi a conjugar o verbo “Camatondar”!”
A guionista de Camatondo, Inês José, ligou para Kátila para saber das suas lutas e vitórias, da sua vida, do que ela conquistou e como o conquistou. Será que ela também sofreu preconceito? “Há sempre preconceito” - diz Kátila. “As pessoas disfarçam mas o preconceito existe. As pessoas acham que o deficiente visual não pode fazer isso ou aquilo,... quando se tem falta de informação, nos tornamos ignorantes”
Kátila foi convidada para participar de Camatondo e prometeu aparecer um dia para nos contar como é que uma pessoa que não vê conseguiu se formar no ensino superior, onde os professores não são treinados para ensinar os cegos? Como ela escrevia? Como ela estudava? Como ela se preparou para defender sua tese? Como é que ela conseguiu o emprego de professora?
Teremos isso tudo um dia dia em Camatondo! É só esperarmos pela Kátila e não perder a radionovela.
Kátila fez uma sugestão para a radionovela: “gostaria que falassem também do preconceito contra deficientes vissuais assim como falam do VIH/ Sida”.
O pedido ficou arquivado. Dois anos depois, agora em 2010, a ESSO Angola, um dos nossos patrocinadores do Bloco 15, sugeriu uma série de temas para serem abordados no mês de Junho, em alusão ao mês da criança. Um deles foi sobre a educação para crianças com necessidades especiais.
Logo que o programa foi ao ar, no dia 14 de Junho 2010, Kátila reapareceu por meio de um SMS para a equipa de Camatondo: “estou bem porque ouvi mais uma edição da radionovela e fiquei muito feliz por terem convidado o Luciano Lucas, que faz parte do Ministério da Educação, e que vai abordar temas sobre as deficiências visual, auditiva e mental ou intelectual. Espero que, ao falarem das três deficiências, abordem com maior destaque a vida de pessoas cegas, porque já existe em Angola deficientes visuais formados. Beijos para a família Camatondo porque com vocês aprendi a conjugar o verbo “Camatondar”!”
A guionista de Camatondo, Inês José, ligou para Kátila para saber das suas lutas e vitórias, da sua vida, do que ela conquistou e como o conquistou. Será que ela também sofreu preconceito? “Há sempre preconceito” - diz Kátila. “As pessoas disfarçam mas o preconceito existe. As pessoas acham que o deficiente visual não pode fazer isso ou aquilo,... quando se tem falta de informação, nos tornamos ignorantes”
Kátila foi convidada para participar de Camatondo e prometeu aparecer um dia para nos contar como é que uma pessoa que não vê conseguiu se formar no ensino superior, onde os professores não são treinados para ensinar os cegos? Como ela escrevia? Como ela estudava? Como ela se preparou para defender sua tese? Como é que ela conseguiu o emprego de professora?
Teremos isso tudo um dia dia em Camatondo! É só esperarmos pela Kátila e não perder a radionovela.
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| Actores gravam Camatondo |
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Os sinos de Angola
O som de um sino de igreja é igual em todo mundo, concorda? Pois era o que pensava um engenheiro de som que chefiou o projecto que abrigou o Camatondo. Mas a guionista da radionovela, Inês José, mostrou como os sinos dobram diferente em Angola, como ela nos conta:
"Lembro de uma vez quando rodamos a cidade de Luanda de cima a baixo à procura de um lugar onde pudéssemos improvisar o som de um sino de Igreja. Meu chefe, um engenheiro de som canadiano, pensou que eu estava procurando apenas um pretexto para sair do escritório, e me disse que tinha uma biblioteca sonora com todos os sons que se podiam imaginar. Por isso eu não precisava sair.
Eu disse que não seria apropriado porque eu preferia o som de sino de Igreja do meio rural angolano. E ele, sem entender, olhou pra mim desconfiado e disse: ‘mas, Inês, que diferença tem o som do sino de uma Igreja em Angola, no Canadá, na Inglaterra ou nos Estados Unidos? É tudo sino de Igreja! É tudo igual!’
E eu lhe disse não. O sino de uma Igreja do meio rural angolano é diferente do sino de qualquer Igreja, até mesmo das de Luanda. No meio Rural, o sino de Igreja é uma improvisação. O pessoal prende um objecto metálico numa árvore ou num tronco, (normalmente uma jante de carro ) e bate neste objecto, fazendo de conta que é sino (fotografia abaixo). É claro que o som é bem diferente do sino de uma Igreja moderna!
E ele espantado olhou pra mim e perguntou: Ai é?
Quando encontramos finalmente o lugar sem o barulho infernal do trânsito e nos pusemos a improvisar o sino, as pessoas nos olhavam sem entender. De certeza que eles estavam a perguntar-se se nós estávamos malucos.
É por isso que até hoje as pessoas continuam a perguntar: mas onde é que vocês gravam o Camatondo? Quando a gente diz que é gravado na Rádio Nacional, alguns continuam teimando: “ Não pode! Os sinos, os cães, as galinhas, aquilo tudo parece mesmo na aldeia! Não pode!!
Boa parte desta magia é feita pelos dedicados sonoplastas da Rádio Nacional, como Luis Pedro, Adão Paciência e o Diogo Manuel que conseguem fazer com que os ouvintes se sintam em casa em Camatondo!!"
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Novidades em Camatondo
A viagem da equipa de Camatondo ao Bié ainda rende frutos. A guionista da radionovela, Inês José, conta que ouviu muitas sugestões no Road Show que serão aproveitadas na radionovela:
“Foi o máximo esta viagem ao Bié! Aprendi tanta coisa! Uma delas foi o ritual do casamento antigo. Os sobas nos explicaram com todos os detalhes. Essa informação veio mesmo a calhar, porque o Jeremias está de regresso e possivelmente vai se casar. Será que a moça com quem ele vai se casar é virgem? E se não for, o que ele vai fazer?
No Município do Cunhinga, ouvimos sugestões dos jovens que nos disseram: “Vocês deviam falar também sobre o que está a se passar aqui. Quando um jovem estuda bem, tenta subir na vida, os mais velhos não gostam, porque pensam que assim vai lhes tirar o lugar. O jovem não vai longe, sem mais nem menos, só vemos que ele morre”. Mas morre como? Por quê? “É feitiço dos mais velhos! Esses kotas é que fazem feitiço pra os jovens que estão a estudar bem, pra não lhes tirar o lugar. Já aconteceu aqui com alguns. Estavam a estudar muito bem, e sem mais nem menos eles morreram”.
Kotas, kotas!!!! É verdade? Como é que o país assim vai crescer? Não pode! O Jeremias está a voltar! Ele tinha ido tirar o curso de desenvolvimento comunitário em Luanda. Será que também vão lhe enfeitiçar?
Bem, é só acompanhar Camatondo pra ver o que vai acontecer!
Pra saber isso tudo, é só estar conectado a Camatondo às segundas e quartas-feiras, às 5.30 da manhã. FM 93.5, na Rádio Nacional de Angola . Se estás na província, veja o horário da radionovela na sua emissora provincial.
“Foi o máximo esta viagem ao Bié! Aprendi tanta coisa! Uma delas foi o ritual do casamento antigo. Os sobas nos explicaram com todos os detalhes. Essa informação veio mesmo a calhar, porque o Jeremias está de regresso e possivelmente vai se casar. Será que a moça com quem ele vai se casar é virgem? E se não for, o que ele vai fazer?
No Município do Cunhinga, ouvimos sugestões dos jovens que nos disseram: “Vocês deviam falar também sobre o que está a se passar aqui. Quando um jovem estuda bem, tenta subir na vida, os mais velhos não gostam, porque pensam que assim vai lhes tirar o lugar. O jovem não vai longe, sem mais nem menos, só vemos que ele morre”. Mas morre como? Por quê? “É feitiço dos mais velhos! Esses kotas é que fazem feitiço pra os jovens que estão a estudar bem, pra não lhes tirar o lugar. Já aconteceu aqui com alguns. Estavam a estudar muito bem, e sem mais nem menos eles morreram”.
Kotas, kotas!!!! É verdade? Como é que o país assim vai crescer? Não pode! O Jeremias está a voltar! Ele tinha ido tirar o curso de desenvolvimento comunitário em Luanda. Será que também vão lhe enfeitiçar?
(Na foto, o actor Augusto Alfredo, que interpreta Jeremias, entrevista um ouvinte)
Pra saber isso tudo, é só estar conectado a Camatondo às segundas e quartas-feiras, às 5.30 da manhã. FM 93.5, na Rádio Nacional de Angola . Se estás na província, veja o horário da radionovela na sua emissora provincial.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Música de Camatondo faz sucesso
“Quem é criança bate palma
Quem é criança bate palma, aya aya”
A música Criança Feliz, do grupo H.Q., tem estado a fazer muito sucesso.
E tudo começou de um jeito casual, como conta a guionista de Camatondo, Inês José:
“
Na fila do Departamento de Emigração e Fronteiras de Angola(DEFA), conheci a Filomena, que disse que tinha uma sobrinha, Mila, que gostava muito de cantar, mas que não tinha oportunidade. Disse a ela que a menina poderia cantar em Camatondo. No dia combinado, Mila foi ao meu escritório com um CD. Não gostei muito da música que ouvi e perguntei se ela poderia compor uma música com mensagem: “uma criança falando para os adultos. Fale das coisas que os adultos fazem e que muitas vezes ferem as crianças. Fale da forma como você gostaria que os adultos tratassem as crianças”- falei.Escute a música Criança Feliz, do grupo H.Q.:
No dia seguinte, ela me trouxe a nova música e, quando eu li, mesmo antes de ouvir a melodia, disse: “ Está decidido! Vais cantar essa música no Camatondo! Escolhi a música por causa da mensagem. Tinha muito a ver com o tema que estamos a abordar, da fuga à paternidade.”
No dia marcado, o grupo foi ao Camatondo e participou das gravações. Quem não dançou? Até os actores ficaram todos crianças! No final da gravação, o realizador do programa Geração Viva convidou-os para uma entrevista.
Após o episódio do qual os meninos participaram, a tia de Mila me ligou: “Dona Inês, nem imagina o sucesso que a música está a fazer! A minha sobrinha hoje foi a Viana e encontrou algumas crianças a cantar a música! Como eles não se lembravam da música toda, só cantavam: Quem é criança bate palmas aya aya!”.
O pessoal da rua deles ficou sabendo que os meninos iriam ao programa Geração Viva e puseram o rádio ligado bem alto na rua pra todo mundo escutar. Quando eles voltaram, os vizinhos só gritavam: criança feliz!!
Então, quero dar os parabéns ao grupo H.Q. pela música e pela persistência deles.
E se Camatondo ajuda a realizar sonhos simples das crianças, então isso traz muita alegria mesmo!
sábado, 5 de junho de 2010
Um escrivão em Camatondo
Em maio, Camatondo discutiu temas relacionados à família. Em um dos episódios, foi convidado o escrivão de direito do Tribunal da Família Paulo Jacinto (na foto), para falar sobre fuga à paternidade.
Mas a participação do escrivão não ajudou apenas os ouvintes. Depois da gravação, os actores também ficaram a querer saber mais do senhor Paulo. Um deles era o actor Rodrigues Artur (“Soba Chipaca”), que tinha uma sobrinha de 16 anos, grávida de um senhor casado, que vivia dizendo que a gravidez não era dele.
A família culpava a menina que, segundo eles, foi a bandida, e estavam para expulsá-la de casa. Mas o Sr. Rodrigues pediu à família que, antes de expulsar a menina, escutassem o episódio que iria passar naquela quarta-feira. Depois da família escutar o episódio, decidiu seguir as orientações que foram dados pelo Sr. Paulo Jacinto, escrivão de direito na radionovela Camatondo. Presentemente, marcaram audiência no Tribunal da Família para serem ouvidos e solicitarem a ajuda necessária para obrigar o homem a cumprir com as suas responsabilidades.
Ouça agora o episódio 241 de Camatondo, emitido no dia 07 de maio de 2010, com a participação do escrivão de direito Paulo Jacinto:
Mas a participação do escrivão não ajudou apenas os ouvintes. Depois da gravação, os actores também ficaram a querer saber mais do senhor Paulo. Um deles era o actor Rodrigues Artur (“Soba Chipaca”), que tinha uma sobrinha de 16 anos, grávida de um senhor casado, que vivia dizendo que a gravidez não era dele.
A família culpava a menina que, segundo eles, foi a bandida, e estavam para expulsá-la de casa. Mas o Sr. Rodrigues pediu à família que, antes de expulsar a menina, escutassem o episódio que iria passar naquela quarta-feira. Depois da família escutar o episódio, decidiu seguir as orientações que foram dados pelo Sr. Paulo Jacinto, escrivão de direito na radionovela Camatondo. Presentemente, marcaram audiência no Tribunal da Família para serem ouvidos e solicitarem a ajuda necessária para obrigar o homem a cumprir com as suas responsabilidades.
Ouça agora o episódio 241 de Camatondo, emitido no dia 07 de maio de 2010, com a participação do escrivão de direito Paulo Jacinto:
quarta-feira, 2 de junho de 2010
A carta
A equipa de Camatondo recebe centenas de cartas de ouvintes. Mas uma carta, em especial, marcou muito, como conta a coordenadora da radionovela, Inês José:
Nós a recebemos no dia em que estávamos a realizar a última gravação do Camatondo ainda como projecto das Nações Unidas. Última? Sim, última, porque, daí em diante, iríamos parar por falta de fundos. Recebemos a carta no dia em que dei a notícia aos actores: não podíamos continuar, pois não havia mais condição de pagar nenhuma despesa. Eu leio para eles todas as cartas que nos são enviadas. E esta não foi excepção, e tanto mais que o ouvinte a havia enviado através da caixa postal da Rádio Nacional. Portanto, nós todos recebemos a carta quando estávamos no estúdio a gravar. Antes da gravação, eu falei com os actores para dar a notícia da nossa paragem. E depois, para confortá-los, li a carta do ouvinte Júlio Nascimento e terminei dizendo: “esta carta é prova de que o nosso esforço não foi vão. Há ouvintes que gostaram muito do que foi feito, e que vão se lembrar sempre de Camatondo com saudade.
Geralmente, quando se recebe a carta de um ouvinte, os actores vibram. Mas essa carta teve para eles o peso de uma notícia de óbito. Luto. Eles sempre acreditaram no que eu lhes dizia. Mas, naquele momento, diante dessa notícia, eles não acreditavam e perguntavam: “Inês, mas vamos fechar mesmo?”
Nos dias que se seguiram, foi uma avalanche de telefonemas de muitas partes do país. Ouvintes perguntando o que se passava com Camatondo? Por que estavam a ser repostos alguns episódios, em vez de ouvirem episódios novos? As rádios provinciais ligavam para o Gabinete das Emissoras Provinciais da Rádio Nacional de Angola perguntando: “os ouvintes aqui nas províncias estão a nos incomodar sobre o Camatondo e nós não sabemos o que responder”.
Foi por isso que nasceu a PROMÉDIA. Para dar um novo pai a uma criança abandonada. Um pai angolano! A PROMÉDIA - Programa de Comunicação para o Desenvolvimento Sustentável em Angola - é uma ONG nacional que trabalha com as comunidades para que elas conheçam e adoptem boas práticas para o desenvolvimento sócio-económico, ajudando –as a assumir responsabilidades para melhoria das suas condições de vida.
E assim, graças à PROMÉDIA, que conta com um patrocínio da Associação das Empresas do Bloco 15, Camatondo continua a ser emitido!
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Equipa de Camatondo fala no Geração Viva
Na última quinta-feira, 27 de Maio, alguns actores e a produtora do Camatondo participaram do programa Geração Viva, da RNA, para contar como foi o Road Show de aniversário no Bié.
Em entrevista, a actriz Solange Feijó (na foto), que representa a personagem Chica, contou:
Em entrevista, a actriz Solange Feijó (na foto), que representa a personagem Chica, contou:
"O Camatondo tem me dado oportunidades ilimitadas de conhecer mais da realidade angolana. No Kunhinga, eu tive a oportunidade de falar com a esposa de um soba (autoridade tradicional) . Isso foi a primeira vez na minha vida! Ela explicou-me como é que deve ser o comportamente da esposa de um soba. Agora quando entro em cena, não estarei apenas a imaginar, mas sim a fazer tal como eu vi lá".
sábado, 22 de maio de 2010
Parabéns, Camatondo!
Para festejar o aniversário de cinco anos de Camatondo, a equipa viajou para o Bié. A província foi escolhida para a comemoração por ser o cenário da aldeia imaginária Camatondo. A guionista Inês José conta como foi a viagem."Era para partir na sexta, 14 de maio. Não foi possível por causa da agenda da Força Aérea Angolana, que nos apoiou com o transporte de ida e volta para Kuito. No sábado, a ansiedade consumia-nos: será que vamos hoje ou vamos ter que cancelar tudo? Finalmente, chegamos ao Kuito. Fomos recebidos, como sempre, pelo carinho de fãs que, vestidos com t-shirts do Camatondo, estavam a nossa espera.
No Kuito, tivemos o prazer de sermos recebidos pelos representantes dos Ministérios da Comunicação Social e da Cultura .
A viagem foi bué fixe. Conhecemos, pela primeira vez, o Rio Kunhinga, muito falado na radionovela. Os sobas no Kunhinga foram recepcionar a turma do Camatondo. Há actores que comeram, pela primeira vez, o lombi. Ao ver o prato, eles diziam: "ah, afinal é isso o lombi. Eu só andava a ler nos guiões e não sabia o que era."
O Road Show também é uma oportunidade para os actores conhecerem um pouco mais da realidade angolana. Há actores que nunca haviam saído de Luanda antes. Quando eles passam a conhecer mais sobre a realidade do país, a postura deles diante da vida é outra.
No Bié, o reverendo Sapalo, da Igreja Metodista, foi ter conosco. Ele disse que gosta muito do programa e acrescentou: "o programa é muito educativo, ensina muito. Nós, na igreja, temos ensinado, mas vocês têm muita abrangência, por isso continuem, não parem."
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aniversário,
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